sexta-feira, 28 de setembro de 2007

A Ditadura Militar

A crise política se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. O vice de Jânio era João Goulart, que assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organização populares e trabalhadores ganharam espaço, causando a preocupação das classes conservadoras como, por exemplo, os empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista. Vale lembrar, que neste período, o mundo vivia ao auto da guerra fria.Este estilo populista e de esquerda, chegou a gerar até mesmo preocupação nos EUA, que junto com as classes conservadoras brasileiras, temiam um golpe comunistas.Os partidos de oposição, como a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD), acusavam Jango de estar planejando um golpe de esquerda e de ser o responsável pela carestia e pelo desabastecimento que o Brasil enfrentava.No dia 13 de março de 1964, João Goulart realiza um grande comício na Central do Brasil ( Rio de Janeiro ), onde defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país.Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas pelas ruas do centro da cidade de São Paulo.O clima de crise política e as tensões sociais subiam a cada dia. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país indo para o Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional.A cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos.
GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967) Castello Branco, general militar, foi eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em 15 de abril de 1964. Em seu pronunciamento, declarou defender a democracia, porém ao começar seu governo, assume uma posição autoritária. Estabeleceu eleições indiretas para presidente, além de dissolver os partidos políticos. Vários parlamentares federais e estaduais tiveram seus mandatos cassados, cidadãos tiveram seus direitos políticos e constitucionais cancelados e os sindicatos receberam intervenção do governo militar.Em seu governo, foi instituído o bipartidarismo. Só estavam autorizados o funcionamento de dois partidos : Movimento Democrático Brasileiro ( MDB ) e a Aliança Renovadora Nacional ( ARENA ). Enquanto o primeiro era de oposição, de certa forma controlada, o segundo representava os militares.O governo militar impõe, em janeiro de 1967, uma nova Constituição para o país. Aprovada neste mesmo ano, a Constituição de 1967 confirma e institucionaliza o regime militar e suas formas de atuação.
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O Milagre EconômicoNa área econômica o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a 1973 ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma base de infra-estrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi.Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os padrões econômicos do brasil.
GOVERNO GEISEL (1974-1979)Em 1974 assume a presidência o general Ernesto Geisel que começa um lento processo de transição rumo à democracia. Seu governo coincide com o fim do milagre econômico e com a insatisfação popular em altas taxas. A crise do petróleo e a recessão mundial interferem na economia brasileira, no momento em que os créditos e empréstimos internacionais diminuem.Geisel anuncia a abertura política lenta, gradual e segura. A oposição política começa a ganhar espaço. Nas eleições de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48% da Câmara dos Deputados e ganha a prefeitura da maioria das grandes cidades.Os militares de linha dura, não contentes com os caminhos do governo Geisel, começam a promover ataques clandestinos aos membros da esquerda. Em 1975, o jornalista Vladimir Herzog á assassinado nas dependências do DOI-Codi em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho aparece morto em situação semelhante.Em 1978, Geisel acaba com o AI-5, restaura o habeas-corpus e abre caminho para a volta da democracia no Brasil.
, concedendo o direito de retorno ao Brasil para os políticos, artistas e demais brasileiros exilados e condenados por crimes políticos.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A Revolução Farroupilha

No dia 19/09/1835, quando

Bento Gonçalves da Silva avançou com cerca de 200 "farrapos’’, que queriam províncias mais autônomas, unidas por uma república mais flexível) sobre a capital Porto Alegre pelo caminho da Azenha (atual Avenida João Pessoa). A revolta deveu-se em função dos elevados impostos cobrados no local de venda (normalmente outros Estados) sobre itens (animais, couro, charque e trigo) produzidos nas estâncias do Estado. Charqueadores e estancieiros reclamavam, ainda, de outros impostos: sobre o sal importado e sobre a propriedade da terra.

A revolução durou quase 10 anos, sem vencedor. O tratado de paz foi assinado em Ponche Verde, pelo barão Duque de Caxias e o general Davi Canabarro, em 28/02/1845.

Na época, Porto Alegre era um porto comercial, e não tinha razões para aderir à revolta. Seus comerciantes não concordavam com as idéias separatistas dos líderes da região da Campanha, como Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Souza Netto, que veio a proclamar a República Riograndense, no ano seguinte. Por isso, rechaçaram os rebeldes, em 15/06/1836. A partir daí, até dezembro de 1840, a capital ficou sitiada, com dificuldades de suprimento de itens essenciais na época: charque, óleo para os lampiões, farinha, feijão e outros gêneros alimentícios. Em função da fidelidade da capital ao império, recebeu o título de "Leal e Valorosa" em 19/10/1841, que permanece no seu brasão até os dias atuais.

Fora da capital, os farroupilhas passaram a ter expressivos êxitos. Na batalha do Seival (que fica no atual município de

Candiota), o general Antônio de Souza Netto impôs fragorosa derrota ao legalista João da Silva Tavares, que possuía 170 combatentes a mais. No dia seguinte, em 11/09/1836, Netto proclamou a República Riograndense, em Piratini.

os farrapos sofreram outro duro revés perto da capital, que sitiavam, ao serem batidos na Ilha de Fanfa; o exército rebelde de 1.000 homens se dispersou e seu comandante, general Bento Gonçalves da Silva, foi preso e levado para a Fortaleza da Laje, no Rio de Janeiro.

Em 1839, junta-se ao exército farrapo o corsário italiano

Giuseppe Garibaldi. Os farrapos precisavam, após 4 anos de combates, acesso à Lagoa dos Patos e ao Oceano, que eram bloqueados pelos imperialistas assentados em Porto Alegre e Rio Grande, respectivamente. Para romper o cerco, resolveram sublevar Santa Catarina, onde possuíam simpatizantes. Para tanto, decidiram tomar a estratégica cidade de Laguna. Para tanto, Garibaldi mandou construir dois enormes lanchões numa fazenda do atual município de Camaquã (que dista cerca de 125 km de Porto Alegre), que foram arrastados entre o atual município de Palmares do Sul e a foz do Rio Tramandaí (no atual município de Tramandaí) sobre carreta de 8 rodas, por cerca de 200 bois. Em Araranguá, no Estado de Santa Catarina, o lanchão Rio Pardo naufragou; todavia, seguiram em frente com o lanchão Seival, comandados pelo americano John Griggs (apelidado de "João Grande"). Em Laguna, os lancheiros, apoiados pela tropa de Davi Canabarro, tiveram uma grande vitória; e anexaram a Província, em 29/07/1839, denominando-a República Juliana.

Em Laguna, Garibaldi encontrou a costureira Ana Maria de Jesus Ribeiro, que veio a se chamar de

Anita Garibaldi, que o acompanhou nas andanças da guerra, a cavalo (a casa natal de Anita permanece preservada). Anos mais tarde, Garibaldi voltou para a Itália, para lutar pela sua unificação; por isso, é conhecido como "herói de dois mundos". Os imperiais retomaram Laguna em 15/11/1839.

No Rio Grande do Sul, os farroupilhas mudaram a capital mais duas vezes: para

Caçapava do Sul, em 1839; e para Alegrete, em julho de 1842.

Em 14/11/1844, os farroupilhas sofreram duro revés no Cerro dos Porongos, situado entre os atuais municípios de

Piratini e Bagé. Nesta batalha, o coronel imperial Francisco Pedro de Abreu, o astuto "Moringue", destroçou os 1,1 combatentes de Davi Canabarro, que foram surpreendidos enquanto dormiam. A culpa principal recaiu sobre "Chica Papagaia" (Maria Francisca Duarte Ferreira), que teria ficado entretendo o general Davi Canabarro dentro de sua barraca.

A tratado de paz celebrado em 1845 veio atender uma série de reivindicações, principalmente em relação a obtenção de tratamento mais justo por parte do governo imperial. O nome dos líderes farroupilhas está afixado em inúmeras ruas de municípios gaúchos. Em Porto Alegre, uma das principais ruas homenageia o pacificador

Duque de Caxias.

A epopéia da Revolução Farroupilha criou grandes heróis, mitos e símbolos; os ideais e sentimentos inexpremíveis dos revoltosos farroupilhas continuam presentes e expressos nos

símbolos do Estado do Rio Grande do Sul, constituídos pelo título "República Rio-grandense", e o lema "liberdade, igualdade, humanidade

" (dentro de uma nação brasileira).